29 de julho de 2009

Fraqueza?



Não quero… mas porque continuo a chamar-te?

22 de julho de 2009

Segredo



Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei-de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca propriamente reparei
Se na verdade sinto o que sinto.
Eu serei tal qual pareço em mim?

Serei tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.

Álvaro de Campos

10 de julho de 2009

Hoje o sol...



Hoje o sol inunda-me os olhos...
não me cega, deixa-me ver claramente...
o azul mais azul,
o verde mais verde...
assim estão os meus olhos...
claros,
de uma transparência suave,
serenos,
de uma placidez envolvente,
apaixonados,
procurando o que há de melhor...

assim ficarei por agora...
rodeada desta luz...


deixarei sempre o sol entrar... ;)

1 de julho de 2009



Não me fales do vazio que ficaria, se partisse…
Não me fales da ausência que sentirias, se não te visse…
Não me fales da tristeza, se nos abandonasse…
Não me fales desse estranho amor que sorri…

Poderá ser só entusiasmo…
Um doce sabor a pecado…



Só o fogo e o mar podem olhar-se sem fim.

Nem sequer o céu com suas nuvens.

Só o teu rosto, só o mar e o fogo.

As chamas, e as ondas, e os teus olhos ...

Só o teu rosto interminavelmente.

Como o fogo e o mar.

Como a morte.


Eduardo Carranza